A Química Verde constrói um futuro mais responsável com a vida de todo o planeta.
Em nome do desenvolvimento econômico, o mundo virou as costas para o meio ambiente por anos na Revolução Industrial. Consumo desenfreado, crescimento populacional, urbanização entre outros fatores levaram a adoção de práticas que não consideravam ou mensuravam os impactos ambientais. O crescimento e a evolução eram prioridades, sem importar com as consequências.
Porém, após o planeta sinalizar o desastre que o homem estava planejando para o futuro, a partir das décadas de 60 e 70 a questão ecológica mundial entrou em pauta. Autoridades, pensadores e sociedade civil se reuniram em encontros e grandes conferências para pensar e discutir soluções para as mudanças climáticas, a recuperação e preservação dos recursos naturais, biomas, faunas e floras.
A sustentabilidade ganhava corpo com a percepção de que a vida humana dependia de uma nova cultura de valorização ao meio ambiente concomitante ao progresso tecnológico e econômico. É neste cenário que na década de 90 a Química Verde surge com a preocupação de garantir processos e tecnologias que não gerassem ou minimizassem os impactos ambientais, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social de forma mais limpa e sustentável.
Do passado para o futuro, a Química Verde é fundamental para a constituição de um mundo mais sustentável. Em processo de substituição à química tradicional, a Química Verde compreende que os recursos são finitos e busca renovar, recriar e reaproveitar de forma eficiente.
E esta é a diferença que a liga ao futuro, pois a Química Verde é capaz de atender as necessidades do hoje, sem comprometer as próximas gerações, começando de agora e levando adiante medidas e técnicas que garantem desenvolvimento, qualidade de vida e razoabilidade no uso dos recursos da Terra, preservando todas as espécies de vida, não apenas a humana.
Se no passado buscava-se resolver problemas com poluentes, hoje a Química Verde atua para minimizá-los e no futuro próximo serão inaceitáveis. Cada vez mais as iniciativas e entidades nacionais e globais fomentam o desenvolvimento de produtos químicos a partir de matérias-primas renováveis, que reduzam ou previnam a poluição.
As metas do milênio da Organização das Nações Unidas (ONU) evidenciam a pauta mundial. Programas sustentáveis avançam, lideranças, organismos e instituições priorizam iniciativas sustentáveis e a própria sociedade cobra por medidas mais saudáveis para o homem e o meio ambiente.
O futuro é verde, não há dúvidas. A Química Verde será a grande aliada deste amanhã mais responsável com a vida de todo o planeta.
– Reduzir a produção de resíduos indesejáveis que podem contribuir para a poluição de rios do solo e do ar, já que o tratamento destes resíduos traz um custo elevado e nem sempre acarreta em solução para o problema.
Prevenir para não remediar: Reduzir a produção de resíduos nocivos é mais barato e efetivo.
Somos uma geração que está aprendendo agora a produzir de forma sustentável. Até então poluir e depois tratar esses resíduos, muitas vezes nocivos ao meio ambiente e à saúde pública, já era considerada uma atitude ambientalmente aceitável.
Porém, as iniciativas de produção minimizando ou zerando rejeitos poluentes, como da Química Verde, são muito recentes, trazendo também a reflexão sobre a atitude preventiva. Por que adotar práticas, tecnologias ou produtos que resultam em poluentes? Por que não apostar em insumos desenvolvidos com menor ou nenhuma toxidade? Será que a máxima prevenir é melhor do que remediar também é válida para o gerenciamento de resíduos na indústria química?
Os produtos da química tradicional têm tanto na produção como na utilização a geração de materiais poluentes que exigem uma ampla gestão de resíduos. Armazenamento, coleta, transporte, tratamento e descarte precisam estar adequados à legislação, exigindo um custo elevado e baixa efetividade, afinal, a natureza acaba recebendo de alguma forma restos desses resíduos.
Este gerenciamento envolve ainda o risco de possíveis acidentes. Eventuais problemas com efluentes resultam em muitos prejuízos, como financeiro e ambiental. Um agente tóxico e poluente, mesmo que tratado, pode causar problemas sérios de poluição do solo, a água ou o ar, chegando a danos irreversíveis.
Em contrapartida, a prevenção neste caso, é possível com a adoção da produção através de matérias-primas de fontes de recursos renováveis ou uso de substâncias biodegradáveis no desenvolvimento de processos e produtos. Desta forma, a tecnologia permite como resultados materiais menos nocivos ao meio ambiente e ao homem e uma menor quantidade de resíduos. A redução ou a eliminação do uso ou da geração de substâncias perigosas são as formas mais baratas e eficientes de gestão de resíduos. Não gerar para não tratar, prevenir para não remediar.